Anita na Argentina

sábado, abril 29

Soy Surda

Que o mundo não está feito à medida dos canhotos já toda a gente sabia. O que eu não sabia é que aqui na Argentina (plo menos em Mendoza, para não generalizar) são raros os enlatados com abertura fácil. Encontrei umas latinhas de atum e, e..

Hoje resolvi comprar uma latita de cogumelos para colocar na bolonhesa. Se eu soubesse que a tarefa seria tão hercúlea tinha desistido.

Definitivamente os abre-latas não estão feitos para nós, os canhotos (surdos em castellano). Depois de 20 minutos “à luta" ganhei, wheee…vou ter que me esquecer desta para comprar novamente algum enlatado…

Artesanias

Mendoza é artesanato. São barracas e tendinhas espalhadas pela cidade. É o deleite de quem gosta destas coisas. A minha casa por exemplo fica a 2 quadras de distância de 3 das feiras existentes:
Junto à c. sa
n martin, plaza de españa e, claro, a plaza da independência.

Embora alguns dos locais como a plaza da independência tenham stands a tempo inteiro, é normalmente à 6ª feira que os vendedores chegam e, aos poucos, começam a preparar o seu cantinho. Inicia-se a feira. E fica até domingo. Raramente são os mesmos, alugam o local por apenas um determinado tempo, um fim-de-semana, vários.

Pode comprar-se quase tudo: candeeiros de papel, bibelots artesanais (claro), colares, brincos, anéis, vinho, licores caseiros, mates, artigos em couro, compotas, velas e velinhas, espanta-espíritos, de todos os tamanhos e feitios. Dão alegria às ruas e praças, movimentam as noites, é agradável. Na plaza independenzia, junta-se muitas vezes animação de rua, palhaços, mimos, teatros de marionetas.

E a eles juntam-se os vendedores de pipocas, algodão doce e amendoins caramelizados, feitos na hora. Pensei que com a partida do verão e da festa da vindima, também os artesãos partiam, mas não e ainda bem senão a cidade morria um bocadinho...

martes, abril 25

Enferma


Não tenho actualizado o blog.

Motivo:
Mais trabalho no estágio e agora adicionaram-se umas anginas que teimam em não passar. Já levei injeccção de penicilina. As amigdalas parecem umas bolas de ping pong (eu plo menos sinto que as tenho do tamanho de bolas de ping pong). Recomendaram-me repouso, na finca têm sido também muito prestáveis. Vou abrigar-me e esperar que passe.
Pelo menos hoje já não tenho 39ºC de febre (já nem me lembrava quando foi a ultima vez que tive temperaturas tão altas).

É talvez a situação mais complicada com que me deparei desde que cheguei à Argentina. Doente e a 12000 Km distância dos carinhos da família e da sopinha da mamã...ai...

Hasta luego

lunes, abril 17

Pascua 2006

Já que os amigos se podem considerar um prolongamento da família posso dizer que passei estes dias de Páscoa em família.

Muchas Gracias Patricia e Willy por me terem recebido tão bem. Espero poder corresponder com a mesma qualidade quando vierem até Mendoza. Bom... combis tão engraçadas não há cá por Mendoza. E em Portugal ainda somos mais ”cinzentos”, onde é que já se viu ter uma gravação no metropolitano a dizer o nome das paragens, quando se pode ter uma pessoa a gritar os destinos alto e a bom som à medida que o transporte colectivo percorre a cidade. E essa mesma pessoa ajuda os passageiros a subir ou a descer, manda o motorista parar nas paragens inexistentes, cobra os bilhetes, enfim, é 4 em 1.

Adorei conhecer a vossa cidade. Acho que posso dizer que gostei de tudo o que conheci:

Das pessoas, os traços índios bem marcados no rosto da população, do assedio constante dos vendedores ambulantes, dos milhentos taxistas ilegais ou provisórios, do microclima da vossa rua, da maravilhosa tiradita, do chupo de camarão, do sumo de chicha morada, da cola amarela, das varandas em madeira todas trabalhadas, do passeio de barco para ver o candelabro desenhado no areal.

Foi a primeira vez q vi lobos-marinhos e pinguins assim “au natural”.

Valeu bem a viagem de 8h, entre carro, combis e micros. E de pensar que entre tantos transportes nunca esperámos mais de 2 minutos para apanhar cada um... que organização!

(ruinas ; mercado de artesanato)

Adorei o artesanato (a mantinha de lã de alpaca já está ao uso, aqui em Mendoza estão 5 °C de madrugada, ou seja, à hora que me levanto), as ruínas ao pé da casa, os anti-cuchos, o camote e plátano fritos, os churros com chocolate, a possibilidade de poder ver e cheirar de novo o mar, as danças folclóricas que me fizeram regressar de directa para Mendoza. Ainda não estou recuperada mas hoje ponho o sono em dia.

(Ana comendo anti cuchos ; pratito de tiraditos mham mham)

Bom, do folclore acho que vou tentar esquecer a parte em que me fizeram dançar samba em frente a uma multidão, para representar uma dança típica portuguesa (sim há gente ignorante em todo o mundo, para a próxima peço ao apresentador que dance sevilhanas para ver se também acha uma comparação normal: P). Mas mais azar tiveram os norte americanos que dançaram ao som do YMCA dos village people…mas onde raio é que isto é música típica norte americana…eles nem eram de San Francisco…

O que certamente não vou esquecer são as diferenças sociais tão pronunciadas. É assustador pensar que há alguém que vive naquelas “cabanas” no meio do deserto. E penso só ter visto uma versão “light” do que realmente se passa.

Adorei o bar Juanito (não sei se era este o nome), que me fez regressar aos tempos da mercearia dos meus avós. (Taxi ; o belo do bar Juanito since 1937)

Gostei de provar pisco sour, apesar das consequências que me trouxe. Ahh...é verdade... também gostei muito da vossa casa apesar de a acharem muito branca. A alma da casa surge com o tempo não se preocupem. E adorei conhecer os vossos gémeos de 3 meses, a Pretita e o Lourito (ou será Loirito? Ou ainda, Loirita??).

Para Mendoza trouxe todas essas e mais recordações. Trouxe também fotos, muitas fotos. Espero contudo não ter trazido E coli em incubação, de todas as maneiras adorei provar tantas iguarias.

OBRIGADA E ATÉ BREVE...

(Willy, Yo Y Patricia)

martes, abril 11

domingo, abril 9

Tugas in action - Bajo FondoTango Club

No início da tarde decidimos ir ao concerto dos Bajo Fondo Tango Club, que tocam electronic tango.

Sabíamos mais ou menos onde era, mas não sabíamos pormenores. A meio da tarde descobri que o concerto era num boliche (discoteca) e era necessário comprar bilhetes numa lojinha muito manhosa no centro da cidade. Já para o concerto do Manu Chao tinha ido lá comprá-los. Ainda conseguimos bilhetes. O concerto era só às 22:30, tudo sob controlo.

Pouco antes da hora do concerto pusemo-nos a caminho. Aproveitámos para levar as capas do CD, nunca se sabe quando se proporciona a sessão de autógrafos.

Conseguimo-los mesmo antes do início do concerto (que só começou à uma da manhã…um “ligeiro”atraso argentino), através de um dos DJs do boliche.

Os Bajo Fondo Tango Club ganharam em 2003 um grammy latino para melhor álbum pop instrumental. Para quem gosta de Gotan Project é um nome a não esquecer.

O concerto foi espectacular, e valeu a espera de 2,5h. No final, não contentes com o autógrafo, quisemos conhecer a banda. Fica a foto tirada no camarim.

sábado, abril 8

E vivó sporting...

(em Mendoza city, no dia em que infelizmente o sporting perdeu contra o porto...)

viernes, abril 7

Kioscos


Estão espalhados por toda a cidade. Fazem parte da Argentina. Estão abertos 24h ou até altas horas da noite. São uma espécie de loja de conveniência fortemente vocacionada para os doces. Caramelos, chocolates, barritas, rebuçados, pastilhas, gelados, refrigerantes, chupa chupas etc… é um sem fim de guloseimas de todas as marcas e feitios. E muitas das lojas estão orientadas para a rua, com parte do balcão já no exterior. Uma tentação para os mais gulosos. Afastem as criancinhas desses antros de perdição…

No entanto, apesar destas e outras tentações (Dulce de leche, Alfajores, etc…), os Argentinos não são obesos, gordos ou cheínhos. Antes pelo contrário. São magros, muito magros mesmo. Pelo menos aqui em Mendoza. Tenho que descobrir o mistério. Será do Mate? Bom do mate falarei num próximo post…

martes, abril 4

O Estágio

Não tenho falado muito no estágio. Acho que é porque não considero que o tenha iniciado.

Não, também não tenho estado de férias, longe disso. As 12 horas diárias que passo na finca ou a caminho dela não me deixam tempo para muito mais. Acho que não comecei porque ainda não iniciei o plano de estágio fornecido pelo ICEP e mencionado na empresa em Portugal.

Mas começando pelo início: o meu estágio seria na área da qualidade. A empresa pretende implementar o sistema de HACCP e certificar-se pela ISO9001. Tinha tudo para ser excelente, para não falar na empresa. Mas chegando ao local de trabalho rapidamente me apercebi dos obstáculos: ritmo de trabalho muito diferente; cheguei em época de férias para metade dos argentinos (entre idas e vindas de férias perdi 4 semanas de oportunidade de trabalho); desmotivação dos empregados; falta de empenho a nível superior na questão da qualidade (a situação mais complicada de resolver).

Eu ainda estou naquela esperança ingénua de que as coisas podem mudar, e mudando, o estagio passa de medíocre a excelente (Sim, neste caso não haverá meio termo). Contudo hoje, mais uma vez confirmaram-se os meus receios: consegui reunir pela primeira vez a equipa de HACCP e, subitamente, a gerência não pôde comparecer, valores mais altos se levantaram. Acabou por ter que ser tudo adiado à última da hora…se a gestão de topo não acredita numa politica de qualidade não sou eu que vou conseguir mudar a mentalidade. Enfim vou acreditar (mais uma vez) que foi uma falsa partida…