Xenofobia

Se procurarem no dicionário pela palavra xenófobo vão certamente encontrar como sinónimo a palavra “Aerolíneas Argentinas”. Se os voos já não eram propriamente uma pechincha, dum dia para o outro passaram a ter preços proibitivos. Mas não para todos, apenas para estrangeiros e que não tiveram a felicidade de entrar neste país através das Aerolíneas Argentinas. Eu chamo um roubo e descriminação, eles chamam operação de marketing, promoção para argentinos, promoção para estrangeiros que escolheram viajar com as Aerolíneas Argentinas para entrar na Argentina. Bom mas vamos a exemplos práticos para verem que não estou a exagerar.

Supondo que queria viajar de Mendoza até ao sul, até El Calafate, se fosse uma residente argentina pagaria:

Preço para residente argentino ( igual a 367,81 Euros )

Supondo que queria fazer exactamente a mesma viagem, mesmo horário, tudinho igual, apenas com a pequenina diferença de ser residente, por exemplo espanhola (já que o seu fabuloso site nem contempla os países todos…), pagaria a simbólica quantia de: Sim leram bem: 905,21 Euros. Será pertinente perguntar se o voo Madrid-Mendoza está incluído? Enfim ladrões argentinos no seu melhor…

E para que não digas que só apareces numa foto...

Para não variar o passeio a Salta foi em excelente companhia :)

E quem não Salta...

(o texto foi escrito em 22 de Agosto mas só tive tempo de "postar" hoje)

Acabadinha de chegar de 3 dias recheados de passeio e sol e com 5h mal dormidas escrevo umas linhas sobre Salta La linda. E não é por acaso que a chamam a sim. É lindíssima. Uma cidade de 500.000 habitantes que se estende entre dois cerros.

Subindo ao cerro de São Bernardo apanhamos uma surpresa com a dimensão da cidade. E uma cidadezinha, com características de colónia espanhola profundamente marcadas: fachadas de edifícios lindíssimos, casas com telha, açoteias. Nas proximidades da cidade vêem-se casas que imediatamente me transportavam para o Algarve. Não o Algarve albufeira a abarrotar de prédios pelas costuras, o Algarve interior, casas brancas, telhas, algumas entradas arredondadas fruto de influencia árabe que também se faz sentir aqui. Nas principais ruas das cidades, as pedonais e san martin há uma agitação permanente que so acalma a hora da siesta: vendedores ambulantes, estudantes, turistas, transmite a ideia que tinha da América latina e assemelha-se à confusão organizada que vi em Lima. Gostei, so faltavam as combis. Fora de salta cidade, mas ainda em salta província a paisagem altera-se ficando cada vez mais seca e inóspita a medida que nos dirigimos para sul (cafayate) ou para norte (província jujuy). Cafayate e uma cidadezinha pequena e produtora do melhor torrontes que se faz na Argentina. Infelizmente não tivemos sorte nas adegas que visitamos. A adega e os vinhos deixavam bastante a desejar. No caminho entre cafayate e salta percorrermos varios quilómetros de montanhas coloridas, as fotos não mostram minimamente a beleza do local.Também fomos até jujuy para conhecermos as salinas grandes, um mar de sal a mais de 2000 metros, paisagem incrivel. Passamos por varios pueblitos. Finalmente vimos os rostos autenticos da argentina: peles morenas, cabelos negros e sorrisos luminosos.

Enfim gostei e recomendo, para conhecer verdadeiramente a Argentina há que dar um saltinho até ao noroeste argentino.

No regresso, e porque todos os voos vão dar a Buenos Aires ou pelo menos tem que passar por lá, aproveitei para passear uma vez mais em puerto madero, desta vez na excelente companhia dos novos membros da familia C9 que chegaram no início de Agosto.

Tânia, Yo, André y Sara @ Puerto Madero

Tânia y Yo, comendo um fabuloso alfajor no Havana

O lado menos positivo da viagem foi so mesmo um atraso de 5h no voo Buenos Aires para Mendoza...haja paciência para aturar a eficiência das Aerolineas Argentinas...mas sobre as Aerolineas Argentinas falarei no próximo post...

Aviso à população (ok aos poucos leitores do blog)

Este post é basicamente para dizer que não vou escrever nada nos próximos tempos. Não, não vou de férias, simplesmente esta semana e nas próximas, depois de 12h no trabalho tenho…4 horas de formação na UVA (parece uma sigla para grupo de copos mas não é, infelizmente ;P), União Vinícola Argentina, normas de qualidade etc…cortesia do meu chefe. São 16h dedicadas ao work mas é melhor não fazer contas às horas senão entro em depressão. Mas estou a gostar e aproveito para tirar dúvidas concretas com o professor. Entretanto e não tem nada a ver mas não importa, deixo uma foto das províncias argentinas onde já estive… são tão poucas e já falta tão pouco tempo para o regresso… mas no próximo fim de semana, que é prolongado, vou dar um saltinho de 1000 km + 1000 km até Salta. Prometo pelo menos umas fotos lá para dia 22 Agosto...

O monte à direita são as províncias onde ainda não fui, snif snif

( também não fui ao polo sul mas não me apeteceu desmanchar mais o puzzle)

Sushi Vegetariano (?)

Que Mendoza não costuma ter peixe fresco já sabia, o que descobri é que aqui o sushi não leva peixe, pelo menos neste fast food de sushi. Também não leva assado ou parrilla ;)…tudo vegetariano, sushi de cenoura, sushi de ovo e espinafres, sushi de… enfim…estranhamente até deu para matar saudades de sushi, depois de espetar os sushis no molhito de soja com wasabi sabe mais ou menos tudo ao mesmo ;P

El Flichmobil

Se há coisas que passado 6 meses ainda não me habituei, uma delas é certamente levantar-me às 5:40 da manhã. Todos os dias acordo com o mesmo pensamento: nunca mais é 6ª Feira para sair mais cedooo.

Saio todos os dias de casa às 6:20 e à minha espera já está normalmente o Miguel a conduzir o Flichmobil. Sou a primeira passageira, moro ao lado da garagem e então durmo todo o caminho e só consigo cumprimentar os outros passageiros quando chego à quinta. De manhã o Miguel vai sempre prego a fundo para garantir que não passa a cancela da quinta depois das 7:30. À tarde o ambiente é outro, vimos normalmente na galhofa, quase sempre a brincar com a velocidade que atingimos no regresso…é que para casa já não há horários a cumprir e ás vezes chegamos a ir a 40 km/h... é um desespero, já pensámos fazer uma vaquinha para lhe comprar uns óculos escuros pois supomos que gosta de conduzir rápido apenas de noite :P

Fica umas fotos tiradas em pleno andamento e também um pequeno filme gravado pela Georgina no seu último dia de trabalho. Termina o filme com “voy a estrañar esta Trafic”, se é verdade já não sei heheheh

Todos juntos, todos juntos la la la ra la

Las chicas de Flichman

Temblor II

Eram aproximadamente 11 horas da manhã e estava eu em plena Calle Las Heras, a mais movimentada de Mendoza. O prédio que estava ao meu lado parecia que estava a abanar. Pensei que estivesse em obras /construção. De repente vejo várias pessoas a sair para rua, um pouco assustadas. Conclusão: houve um tremor de terra de 5,7 na escala de richter e eu nem me apercebi. Tive que perguntar para ter a certeza. Devem ter achado que estava a gozar.

Parece que este sismo foi bem violento, as pessoas estavam de facto assustadas. Teve epicentro em Barrancas, precisamente onde trabalho. Felizmente hoje era sábado e estava pela cidade.

Penso que não senti o abalo porque nessa altura já estava eu meio abalada, assim ficou tudo equilibrado. Tinha acabado de medir a tensão e estava com 9-6. No dia anterior tinha desmaiado no Carrefour quando estava a pagar na caixa ( não, não foi uma conta exorbitante...). Tinha nessa altura uma tensão 8-4. Alguém me pode mandar uma bica / cimbalino / cafézinho de Portugal? É que ao fim de quase 6 meses sem café decente já começam a sentir-se os efeitos secundários…

Para mais informações clickar aqui

Mission Impossible

(Não, não é um museu, é um local de trabalho. Fotos da Salentein, o meu flash portou-se mal...)

Na última reunião semanal o director geral recomendou que eu fosse ver a adega Salentein para “tirar umas ideias”. É das melhorzinhas, está certificada e não comprou o selo hehehe.

Acabei por visitar 2 adegas do mesmo grupo. A primeira, Salentein, como turista onde deu apenas para apreciar aquele verdadeiro monumento ao vinho e degustar um Pinot Noir, e a segunda, El Portillo, que normalmente não tem visitas ao público mas como eu era da concorrência (?) abriram as portas.

Fantástico!!! Ainda estou um bocado chocada com a abertura da empresa. Foi o 2º enólogo da Flichman que me arranjou a visita mas nem sabiam o objectivo da visita, pensavam q era só para visitar a adega. Disse-lhes basicamente que era da Flichman, que sabia que eles estavam certificados que toda a gente me tinha dito maravilhas e que nada melhor que aprender com os melhores (grande lata não ;P). Passaram-me directamente à equipa da qualidade e digamos de me mostraram tudo, plano HACCP, procedimentos, instalações (até o deposito de matérias primas), plano de controlo de pragas, plano de rotação de stock de matérias-primas (FIFO), planos de limpeza, etc….

Eu perguntava e eles iam dizendo; perguntava mais e eles mostravam, e continuava a falar e a perguntar mais à espera que dissessem “bom isso não podemos divulgar...”, mas não…saí de lá com a curiosidade mais que morta, com os emails deles e tudo. O encarregado da adega terminou com: “se tiverem esquecido de tirar algumas fotos, peçam que depois mandamos. Bom entre mim e o agronómo junior (que me deu boleia) tirámos um montãoooo…e a tudo... principalmente aos cartazes que vamos ter também que colocar na Flichman. A rapariga que está a fazer a gestão da documentação da qualidade: “se necessitarem de alguma coisa é só dizer”.

Eu que estava habituada às empresas em Portugal e às dificuldades para entrar numa empresa até para fazer um trabalho de faculdade fiquei mais que maravilhada com a abertura das empresas Argentinas. Isto não é o 3º mundo, isto é de facto o Novo Mundo…faltou apenas perguntar a quem podia mandar o CV para o caso de surgir alguma vaga :)

As fotos de El Portillo são todas técnicas por isso ficam umas fotos na Finca Flichman em Tupungato, que aproveitei também para conhecer, denominada Finca Don Fernando em Honra ao dono, o tio Guedes ;P

Anita @ Finca Don Fernando, Tupungato